A região do Dão fica no centro-norte de Portugal, é uma das mais antigas regiões vinícolas do país e berço da mais famosa uva portuguesa, a Touriga Nacional. Durante muito tempo a região sofreu um desgaste de imagem por conta dos vinhos de baixa produzidos exclusivamente por cooperativas, graças ao governo de Salazar. Essa política foi revertida e a qualidade começou a voltar para a região somente com a entrada de Portugal na União Europeia em 1990.
De lá para cá houve a inserção de uma DOC (Denominação de Origem Controlada) Dão e a região começou a obter status mundial. Há uma enorme variedade de uvas permitidas na região e 80% dos vinhos produzidos ali são tintos. Assim como em todo o país, mais importante que a denominação é o estilo do vinho e no dão o tinto tem aromas frutados, delicados e maduros, além de taninos finos, balanceados com boa acidez e, assim, apresentam bom potencial de envelhecimento. Os brancos, por sua vez, normalmente apresentam médio corpo e acidez refrescante, sendo cheios de caráter, em especial quando levam Encruzado em seu blend.
A DOC especifica que os rótulos de qualidade superior podem receber a denominação "Dão Nobre".
Em outro patamar, tintos que apresentem no mínimo 12,5% de álcool e passem pelo menos dois anos envelhecendo em barricas levam a designação "Garrafeira". No caso dos brancos, a graduação mínima exigida é de 11,5% e o período de maturação em madeira de seis meses. Exige-se que a produção seja de no máximo 70 hl/ha para tintos e 80 hl/ha para brancos.
